D E M O R O U

Evaldo da Veiga


Demorou o domínio do sono.
Tentava contribuir, me entregava,
mas o sono não me possuía. 
Dormi pouco e acordei com saudade.

Nas lembranças, busquei você
e, em retrospectiva dos acontecimentos recentes,
quantas coisas, quantas imagens, quantas sensações...
Parece que a vida toda aconteceu ontem.

Parece ainda, que o dia anterior marcou o inicio
de uma festiva etapa,
não somente de carinho e amor, o que já é muito,
mas também de participação, companheirismo,
busca no mesmo sentido,
ideais de dizer, sentir e fazer, interagir
com a carne e o pleno  do ser...

Estabeleceu-se um pacto da busca do 
que realmente valia, e agora era 
a identificação desse belo objetivo!
Buscar o que valia... 
O que valia?

Nesse início da maior busca, 
a que se apresentou, inopinadamente,
como se já estivesse com encontro agendado, 
foi à loucura...
Sim, aquela que conduz ao risco e ao ambiente ilógico.

Mas tanto como o repente da loucura no sentido
de admissibilidade,
surgiu o ânimo de neutralizá-la, este em guerra defensiva
contra o ânimo anterior.

E nesta composição de pensar e fazer,
buscando extrair da loucura a essência do belo maior,
com sintomas confiáveis de santidade profana ,
numa emoção que fosse rica
 e verdadeiramente saudável,
 era o amor que chamava: e ele, estava ali, pertinho,
era só seguir em sua direção.

Num efeito mágico que não se consegue dizer
em transporte de entendimento, eis que
  se materializou você,
como símbolo forte do amor.

Bem..., aí foi aquela de harmonizar conceitos,
somar o que se sabia com que o que se ouviu dizer,
e a didática caiu no mais simples,
no mais repetitivo trivial.

E foi aquilo que todos sabíamos: amar os semelhantes,
os bichinhos e a natureza em geral,
como dever espontâneo, lindo e necessário;
porém, sem prescindir, para as grandes conquistas,
do Amor Santo e Sacana,
Decente e Depravado,
de Homem e Mulher.

evaldodaveiga@yahoo.com.br