Ao difícil

Aferro-me ao que é difícil

Pois o fácil é banal

Todo fim tem seu início

E o começo seu final

Todo crescer necessita

Do sol para aflorar

Toda alma que se ergue,

Das cinzas sabe contar

Há, decerto, que se crie,

Para a vida suportar

O poeta faz a prosa

O pescador vai ao mar

De baixo do mesmo jugo

Ambos vivem a navegar

Um supera o tédio negro

Da angústia do pensar

O outro se afoga cedo

Nas mágoas do não criar.

Evan do Carmo
Enviado por Evan do Carmo em 14/08/2008
Reeditado em 02/11/2008
Código do texto: T1128749