ÁGUA DA MORINGA.

Na moringa, a água fresca.

Ela, na varanda.

Uma senhora velhinha bondosa.

Sua casa sempre fresca, enquanto as outras ardiam no calor de Cachoeiro.

No chão um brazeiro, no seu quintal primavera.

Não era negra, nem morena, nem mulata creio que era.

Um tipo mestiço, colhendo de cada raça o seu melhor.

Doce senhora que nos tratava com carinho.

Enquanto para outros éramos moleques-pestes, para ela áramos anjinhos e assim procedíamos.

Entendia, na sua bondade, que a nossa traquinagem era o frescor da vida.

Não a deixaram rabugenta, os anos vividos.

Um pouco curvada, cansada da lida, mas leve na alma.

E lá vinha a moringa e queríamos água da moringa, nada de geladeira.

Era a nossa rezadeira, benzendo nossas feridas.

Alma caridosa, por Deus protegida.

Não lhe desejo um bom descanso, porque certamente o tem ao lado de quem tanto devotou suas orações, amém.

jose antonio CALLEGARI
Enviado por jose antonio CALLEGARI em 16/02/2006
Reeditado em 16/02/2006
Código do texto: T112807