"Silêncio"

Paz minha que agora clama, diga-me quanto de ti perderei se acaso sucumbir novamente meu juízo? Quão distante estão meus pensamentos de outrora, que não jazem mais insanos como dantes! Ah, como eu queria, no desregramento da vida encontrar avidamente a minha direção!

Por quantas noites, em amores plenos, não desejei ser fugaz?! Recostar no leito, onde então dormiria serenamente; esquecendo-me de que o abrir dos meus olhos seria essencial para um novo dia!

Hoje, silenciosa e exausta, mesclo meus pensamentos com saudosas passagens, torno-os fantasiosos, sem deixar que o visgo da realidade me corrompa com suas trágicas cenas de fracasso, desencontros e tristezas.

Permita-me sonhar, silenciosamente...

Somente assim escreverei, somente assim não esquecerei que as palavras, tão vivas ainda em mim, clamam pelo amor!