Liquidificador

“Veio até mim numa explosiva brincadeira.

Tirou sorrisos infantis entre mundos imbecis.

Uma bela afinidade de crianças que teimam em ser adultas.

A presença que sempre grita carências,

E que anima, quando algumas descrenças aparecem.

Idades distintas que não interferem.

Numa bolha criada, onde o utópico se revela e se pode ser quem se gosta.

Dos olhares curiosos, nem tomamos nota,

Nesse incessante desvirtuar amoralizado.

Por vezes surgem angustias de se ter falado o indevido,

Mas o sorriso brincante e o olhar aconchegante tiram as duvidas.

Nesse encontro que parece velho, de muito tempo.

Mas esse tempo talvez nem faça tanta diferença.

(pra’s crianças o tempo não faz falta)

Te conheço de hoje? De ontem? De quando?

Te conheço?

Conheço a parte que me mostra, e Adoro.

Indiscreta, assídua, personal, invasiva, ouvinte...

Ganhou esse espaço em um trombar de mundos.

E terá esse caminho aberto em mim enquanto quiser.

Te quero rindo, te quero feliz, te quero explodindo flores radiantes.

Sei que o sempre assim é impossível, mas, quem se importa?

Vamos brincando, nesse suave expansivo, sendo, reciprocamente, só o que se quer.

Vou acreditando em tudo o que me diz.

Crie e mostre seu mundo da forma que quiser para mim.

Mostre as verdades que quiser mesmo irreais.

E, se não quiser mostrar nada tudo bem também.

Podemos misturar mundos ou criar um todo novo.”