Quarto de poeira
Os azulejos frios e empoeirados do teu quarto
sem janelas acolhem a poeira ácida das palavras
proferidas do antes, conversas infindáveis do espírito
Os assertivos devaneios de um peito ululante
Afasta-me das ligeirezas do espírito, do escárnio da carne
Estreitos e reféns da veemência de compreender mundo , me calo
Sob a tempestade e os sentimentos-limite, me apequeno
E para que se abra o peito e se entregue à vontade de ser total
Que não se despreze o irrefutável, o natural, o fatídico
E encharque de luz da sabedoria de criança curiosa
Exposta, entregue, corajosa, inteira