MEU AMOR É TÃO DIFERENTE

Evaldo da Veiga


Meu amor é tão diferente, tão oposto,
 tão distante do amor dessa gente.

Tão meigo , tão junto, tão contente...

As vezes penso que não sou daqui.

Que estou aqui porque tenho amor, 
um amor suave, coladinho, independente...

Um amor que surgiu tão de repente, tão 
passado, tão presente...

Tão vital, tão ausente...

Que é a razão do meu ser, do viver.

Os motivos dos meus passos, dos descompassos,
 do andar centrado e débil também.

O meu coração se mantém sereno,
 pode vir à ruptura, porque meu amor é amor,
o inverso da loucura.

É a brandura do vento que toca,
 é a saudade que envolve, 
é o amor dos dois juntos,
 é a fuga da solidão.

Ele é um amor banal sem nada de material,
 busca o afeto na mulher simples
 e de propósito verdadeiro.

Um amor que eu sinto perdidamente,
 tão diferente de toda essa gente, 
no olhar profundo, numa frase não dita, 
mas sentida no abraço confuso, 
no beijo verdadeiro.

Que fez esse amor tão desejado,
 esse amor pra frente e quadrado, 
que evolui e contempla,
 que cala e que grita, que dá e evita, 
mas é um amor... eu sei, diferente...

Tão oposto ao amor  dessa gente!


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