*ESPERMA POÉTICO*
Não sou intelectual
Minha faculdade nasceu comigo
Bem distinta da sua
Tens conjectura e pensas que és
Perpetuado no universo das letras!
Eu sou um humilde poeta
Mas, tenho o dom, o sopro
Divino na imaginação...
No seu gélido teclado você
Produz letras disformes.
Aonde se encontra as vidas
Dessas letras no seu critério?
Elas respiram por alguns minutos
E caiem no aniquilamento profundo
Dentro de um livro com capa bonita
No inequívoco da efemeridade.
Moço intelectual eu lhe digo!
É preciso ter um bom esperma
Poético na cópula com a poesia
Para não trazer para esse universo
Filhos extremamente paralíticos.
Minhas criações vivem
E respiram na grafia...
Cada poema para mim é um filho
Minhas letras são fêmeas
Meus reversos são machos
Na sintonia letras e reversos
Acasalam-se com amor
E me dão magníficos filhos.
Eu lhe digo:
As suas letras e o seu talento...
Não lhe dão filhos por que são inférteis?
Aqui vai os meus respeitos
Ao seu escasso cérebro criativo...
Entretanto, por favor,
Não lance voo ao meu céu!