Sobre a sina do homem

Meu argumento, a respeito da fatal sina,

Do chamado destino, que une os homens e os animais,

Como pensa saber a causa, da vida e da morte,

O homem pesquisa em vão, mesmo estando ao bem da sorte,

Desculpa-se dos fracassos, acusa seu próximo-irmão,

Discute o que desconhece, resolve voar no chão.

Quando acerta um plano torto, se enche de vaidade,

Percebe-se um século à frente da insânia e da bobagem,

Mas, se quem erra é seu par, não perdoar a desvantagem.

Age sempre como um tolo, se há paixão na disputa,

Esquece os dons do espírito, se entrega à carne bruta,

Se for rei, dono de muitos, perde a fama pela luta

Mesmo um sábio, que se guarda, do efeito da cicuta,

Entrega-se à crença vã, e ao peso da labuta,

Morre cedo como um cão, seu quinhão nunca desfruta.

Evan do Carmo
Enviado por Evan do Carmo em 04/08/2008
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