POEMAS PERDIDOS

 

 

 

É preciso amar e sonhar

 

 

 

Num domingo à tarde, chovia e fazia frio e, sem ter o que fazer, eu cismei em remexer nos papéis da minha gaveta, o meu chamado sepulcro de emoções.

Realmente, é ali que estão sepultadas todas as minhas confissões e os monólogos murmurados pela minha alma.

Entre os papéis que me servem de rascunho, eu encontrei um rabiscado com o seguinte título: “Poemas Perdidos”.

Agora eu me lembro muito bem de quando o escrevi, é verdade que já faz algum tempo, talvez tenha sido no outono passado, pois a folha de papel já estava amarelada pelo tempo e, por isso mesmo, se transformou num poema perdido.

Havia um subtítulo que dizia o seguinte: “É preciso amar e sonhar”.

Existem também nesse poema perdido vários murmúrios da minha alma como, por exemplo, que eu havia te encontrado no meu próprio infinito, pois eu sabia que tu existias como uma flor pronta para germinar no meu mundo de sonhos.

Agora, lendo o restante do poema, eu senti que o vento me segredava também os murmúrios da tua alma que estava distante.

Naquele instante eu percebi que te pressentia, pois nesse saudoso pressentimento até o perfume da tua alma eu sentia.

Ah como eu te pressentia!

Sonhava que um dia tu irias ser minha, assim como aconteceu em novembro no final da primavera.

Agora à noite, eu te observo nas estrelas e ouço-te na sinfonia sideral dos astros.

Nesses momentos, eu sinto os teus braços me envolverem com a maciez dos teus carinhos de seda.

Ah como eu te procurei!

De repente, numa janela virtual do mundo, tu desejaste teclar comigo algumas mensagens, isso já era a ressurreição dos nossos anseios.

Eu sei que o arquiteto do infinito, se dispôs a amainar o caminho para o nosso encontro.

Caminhei em tua direção.

E, totalmente soberano dos meus desejos, ali todas as dúvidas se dissiparam quanto, eu te vislumbrei embaixo daquela frondosa árvore no jardim de um campanário.

Eu aflito te esperava naquele lugar, onde ousei sonhar e te amar.

E assim se cumpriu a profecia do nosso destino.

Agora só nos resta amar e sempre sonhar.

 

 

 

 

 

 

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 04/08/2008
Reeditado em 27/12/2008
Código do texto: T1112135