"Sol vindouro"

Dizia-me certa vez, que do ouro de tolo, brilho poderia luzir. Não a verdadeira luz valiosa, mas a mentira travestida de possibilidade. Então, caberia aos meus olhos destreza em identificá-lo: ouro de tolo ou jóia rara.

Triste retina a minha, que ludibriada, aceitou tamanho engano. Um equívoco muito bem apessoado, que sabiamente me converteu em uma apaixonada cega.

Mas nem todo cego tem trono eterno, e nem toda cegueira é definitiva: deu-me então a vida uma nova visão, e a partir desta, ouro de tolo não mais vislumbrei, e sim a simplicidade talhada em madeira, refletida sob a luz “de ouro” dum Sol vindouro.