Quando pensamos que existimos já não temos mais combustível, quando queremos um quinhão de alegria já não mais sorrimos.

Estendemos as mãos e pedimos carona para o destino,

Somos passageiros de um veiculo abastecido de alguns anos

Instantes, segundos, meses, dias.

Quando pensamos que existimos, já não temos mais combustível.

Quando queremos um quinhão de alegria, já não mais sorrimos.

O dia, à tarde a noite.

No outro dia, novamente o dia, á tarde e a noite.

Os olhos abertos, os corpos indo e vindo na progressão da sobrevivência.

A clemência, a coerência a vida e a ciência,

A voz que grita é a mesma que silencia depois de um ciclo,

O sabor maduro da existência, a morte sempre verde nos pomares.

A pele lisa a alma enrugada.

A dedicação aos filhos, o entusiasmo, a paciência.

O pai da essência é o fruto que nasceu numa arvore sólida sem folhas,

A exatidão da luz que chega à sua janela mental, o pássaro e suas asas,

O rastejo da lagarta, o lampejo das aranhas os humanos e suas façanhas.

O pai lamenta, a mãe amamenta, e do lado que estamos à corda arrebenta.

Quando pensamos que existimos, já não temos mais combustível.

Quando queremos um quinhão de alegria, já não mais sorrimos.

Rommyr Fonttoura
Enviado por Rommyr Fonttoura em 31/07/2008
Reeditado em 31/07/2008
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