O POETA EREMITA

Ficaria ali, olhando para o nada... respirando maresia... O que restou da canoa, tratou de transformar em fogo, mas desistiu... o fogo atrairia ajuda... e ele, poeta eremita, precisava ficar ali, tão à deriva quanto esteve no mar e na vida...

Que a solidão trouxesse a miragem dos templos, o som dos tambores, o canto das cigarras ou o agouro das carpideiras... Far-se-ia coveiro de seus medos e marcaria com lacre sua sina...

Finalmente livre, seria lapidário, senhor e tutor de sua poesia...

(inspirado numa crônica de Márcio de Souza)

Belinda Tiengo
Enviado por Belinda Tiengo em 28/07/2008
Reeditado em 19/08/2008
Código do texto: T1101429
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