Depois do vôo da borboleta.
Eu já tinha mudado; tanto a aparência, como os meus pensamentos.
Tinha abandonado então, todos os meus sentimentos.
Os esquecido, apenas. A razão finalmente triunfava.
O tão amargo coração meu, se calou e compreendeu.
Eu tinha cansado de brigar com ele, de lhe dizer que aquilo não era o melhor para mim. Ele insistiu muito; mas enfim tinha se rendido...
Senti, finalmente, a liberdade que tanto almejava.
Pude, então, com minha alma limpa, parar e contemplar o vôo rasante
de uma magnífica borboleta; era como se junto com suas asas,
ela me trouxesse o sabor da liberdade. A contemplava com o olhar
de uma criança inocente, que não tem preocupações e nem dores...
Mas então, de repente, eu percebi que ela tinha que seguir seu caminho; e ela foi voando, alto... alto, até eu não conseguir mais enxergá-la.
Seu vôo foi rápido, mas ao mesmo tempo, suave.
Dei adeus a ela, como quem se despede de alguém querido.
Nunca mais a vi. Porém carrego comigo a lembrança doce daquela tarde ensolarada de julho, que me fez calar e observar o quão pequena sou diante do universo, e que me fez refletir: se uma borboleta, que é muito mais pequenina que eu, pode ser livre, por que eu não posso ser também?
(E foi depois desse dia, que eu me apresentei novamente ao mundo...)