Sinuosas Curvas

Acho-me em teu olhar

Perco-me em teus abraços

Encontro-me em teus lábios

Afugento-me de tuas palavras

Aquieto-me no teu ombro

Socorro-me de teu enredar

Amparo-me em tuas mãos

Entrego-me em tua cama.

Sou sucessivas manobras

Que a ti me levam e de ti me tiram.

Sou tua entrega ciosa

De não mais saber (querer) voltar.

Te ofertas a mim,

Em amor e perigos

És estradas de sinuosas curvas

Arrisco-me

Trafego por ti de olhos vendados

Beirando o abismo

Puro precipitar.

Me jogas a corda

Me salvas

Retiras degraus e eu tombo

És avessos, aversões

És finais e recomeços

Preciso de ti me perder

E então perder o rumo

Livrar-me destas algemas

Libertar meu coração.

Mas fraquejo

Até de meu pensar te apoderas

Termino reconhecendo

Teu cárcere

É onde sempre irei parar.