Sobremesa, vinho e você...
Abri aquele botão da blusa
um acima de onde começa o soutien...
noto que aparecem as curvas dos meus seios
e não me importo.
Teu olhar me despe tanto
que encalorada, arregaço as mangas também.
Olhos nos olhos,
com a colherinha da sobremesa
sorvo e nem sinto que restou creme
em meus lábios.
Tu me olhas e passas a língua
avisando-me do acontecido sorrindo malicioso.
Autômata pego o guardanapo de linho branco
aperto devagar,
olho e noto que saiu o resto do baton,
pra que baton agora?
Nossos olhos não se separam,
abaixo os meus, num esforço tremendo
para ver se desconecto o ímã
que nos atrai um ao outro.
Quero servir-me de mais sobremesa,
onde estará o prato?
eu não consigo do teus olhos desgrudar.
Tu continuas também a me olhar ...
Bebes teu vinho lentamente,
e eu, mecanicamente o meu cálice
também pego
Ergues o teu copo, a brindar
sorrio timidamente e te encorajo a chegar.
Tomas teu paletó, devagar te aproximas
e pedes licença para comigo sentar...
o resto?....
Você, como eu, deve muito bem lembrar...