Aventuras de Ferdinando
Eu já vou confessar, não entendo de políticos, mas quem entende?
Nasci em 1934 e quem comandava era Getúlio Vargas, e só saiu quando eu tinha 11 anos. Se foi bom ou ruim, não sei. Depois vieram o Dutra, outra vez o Getúlio, Juscelino, Jânio e outros.
Até que apareceu um moço bem arrumadinho, cabelo bem penteado. Depois de ouvir vários pronunciamentos seus eu pensei, como diria um sr. português, “cá com os meus butões”, este não vai esquentar muito o lugar.
Mas para mim foi uma triste passagem do moço na presidência.
Confiscou uma pequena importância na poupança e para desbloqueá-la ainda diminuiu mais um pouco.
A conselho de um advogado voltei à Justiça, por uma diferença de juros, mas foi tudo em vão. Para minha surpresa em 2007 fui intimado pela justiça a pagar por custos da causa perdida. A Sra oficial de justiça que veio a minha casa, deu-me 24 horas para pagar os custos, o que para mim não era pouco dinheiro.
Depois de alguns sacrifícios arrumei a quantia e fiquei certo com a justiça, e lembrando desta triste herança do “Ferdinando”, fiz esta simples poesia.
Aventuras de Ferdinando
Ferdinando menino arretado
Cabelo sempre penteado
Queria em tudo ser o primeiro
E quis logo, se destacando
E muito menino, foi entrando
Para um grupo de escoteiros
E a vida foi avante
Queria ser sempre importante.
No futebol era a bola
No lanche ele era o pão
Para o mendigo era a esmola
Que os mais abastados dão
No fuzil ele era a bala
Para o orador era a fala
Era o papel do jornal
E os pais achavam normal
Aquela enorme ambição
Até ficavam contentes
Sem esconder a emoção
Vai dar grande alegria a gente
No exércíto vai ser tenente
Ser soldado isso não
E o destino seguindo
Quis de tudo ser um pouco
Esforçou-se como um louco
E o brevê foi conseguindo
Tanto no ar como na terra
Até um tanque de guerra
Ele foi um dia guiar
A história aqui não termina
E aquele que muito queria ser
A vida nos ensina
Ainda tem muito que aprender