A Rosa

Vermelha, porque tingida de sangue

Crime passional em plena Manhattan

Tá, sejamos menos pernósticos

Num apartamento da Graça

Um prédio velho

Homem maduro que bebe whisky ao som de vinil

Vinho, ela pede

Não, ele diz

Por quê?, ela insiste

Por mim, ele ri

Egoísta, ela alega

Submissa, ele, fim.

Vergonha para seu ego balzaquiano

O orgulho anuncia que é hora de partir

Muda o disco, ele manda

Foda-se, ela diz

Por favor?, ele pede

"Ora, aprendeu com os gentis?!"

Não se vá, você gosta de Jazz...

Gosto, até mais que de você

Uma rosa?

Me deixe

Lhe dei uma rosa!

Me solta!

Um tiro.

mar 2008