Hoje busquei em minhas reminiscências,  uma pessoa que não foi ninguém,não tinha dinheiro, corpo  torneado nem nome de famíla para ostentar.Tinha apenas uma maneira simples de sentir a vida e conduzi-la  de forma extraordináriamente firme e persistente.Essa pessoa não era ninguém para o mundo,mas  ensinou-me lições valiosas D. Margarida, vó Guida como gostava de ser chamada  
  Recordo-me agora de um fato que me foi contado e , que aconteceu lá pelos idos de 37.Ela no alto de seus dez anos de idade,foi pela primeira vez em um baile na roça,não havia energia elétrica , mais a festa era iluminado por lamparinas, as crianças se misturavam em meio aos adultos  e dormiam pelos cantos quando se cansavam. 
  Para ela  participar do baile, significava um certo adultecer e, por isso andou quilometros e quilometros ...mas valeu a pena!!!.
Foi lá, que viu pela primeira vez um rapaz  moreno ,magro, de olhos castanhos  que chamou lhe a atenção.Sentada na cadeira,seus pés mal tocavam o chão,contorcia-se toda para parecer maior.Mas para ficar perto daquele rapaz persuadia seus irmãos mais velhos a ensina-la dançar, queria passar perto dele e ver se ele a olhava.
  Em dado momento, descobriu que ele era dez anos mais velho que ela e para piorar era noivo da moça com a qual dançava.Mesmo assim disse a si mesma " vou casar com ele".
Encontrou-o mais algumas vezes,depois ele desapareceu, sem deixar rastro ou noticia,mais a noiva dele continuava lá.talvez,esperando-o.
Ela, porém,não o tirava da cabeça.
  Somente cinco anos mais tarde voltou a vê-lo, e, ele estava solteiro.Não perdeu tempo enviou-lhe uma carta na qual dizia que queria conhece-lo e que estaria no baile no sábado.Preparou-se toda,quando o viu chegar num terno de linho...quase morreu,seu coração saltava-lhe do peito,mais permaneceu ali como se nada tivesse acontecido.Viu, quando ele perguntou ao amigo que havia lhe entregue a carta  onde estava a tal moça.Viu também quando ele a olhou e, seu olhar gelou-lhe dos pés ao alto da cabeça.
  Depois disso ,a única coisa que sei é que seis meses depois eles se casaram.
 Hoje, vejo que o mais importante não era a história, mas a lição de luta e persistência. 

lisbella
Enviado por lisbella em 05/02/2006
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