AFRODITE

 

 

 

Sorrisos que sempre rasgam a tua boca

Orbitados por dois parênteses apertados

Perdidos por aí, na ante-sala da simpatia

Que irradiam as transfiguradas miçangas.

O verde éter puro dos teus olhos

Roubaste um dia da relva na aurora?

Colhendo o brilho de orvalho em abrolhos

Esplendor verdadeiro das manhãs de outrora.

O teu sorriso sempre esconde

Um mistério do teu tamanho

Demonstrado em teu olhar

Onde evasivo eu me assanho

Em poemas de azaléia desvendar

Mas para que eu quero saber

Se mesmo o mistério existe?

Tu deves bem cuidado esconder

Num cantinho que será sagrado

O mistério será sempre o teu segredo

E só a ti, um dia, será revelado

Mas um pouco dele eu conheço

Serve até para início de poema

O grande mistério é o teu berço

Mulher linda, fugidia, meu dilema!

Eu não sei de onde tu vieste

Talvez de uma nebulosa qualquer

Tens vestígios em tuas vestes

Que resplandecem como farol

Extraterrena e misteriosa mulher!

De sorriso farto que me enlouquece

E de um olhar verde que me entorpece

Tu irradias mais que o próprio sol.

 

 

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 15/07/2008
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