Ana Alencar e a felicidade clandestina: sensações de uma Teoria Literária tremeluzente.
Cabelos, mãos e caneta com ares franceses, sotaquezinho palpitando as artérias e aqueles olhos azuis que penetram nas sinapses e as cessam. Deixam-nas suspensas e apoiadas pela larguidão do sorriso pueril.
Colo bonito e acolhedor. A cadeira pede encarecidamente para ser utilizada. As paredes colocam os óculos para poder enxergá-la melhor. Aquarelas de Magritte e Monet surgem para tentar recriá-la, inutilmente. Ceci n'est pas une pipe, mais une des perfections littéraire. Et il est l'un des perfections humaines. Hu-mai-nes. Não sei separar sílabas em francês. Mas também Ana Alencar não foi feita para ser dividida. Justificado, pois.
Sartre ressuscita, abraçado com Beauvoir para ver Ana Maria Amorim de Alencar expirar contentamento pelas frestas e poros de seu corpo. Aninha é ólbos, eutychía, eudaimonía carnalizadas.
Flaubert, Gide e Baudelaire reúnem-se no corredor para vê-la passando com seu jeito miúdo e gigantesco; Kafka escreve uma carta ao pai relatando o processo de sua metamorfose após sentir a sua presença serotonesca, e Clarice Lispector digita uma quinta história a partir de um suddenly I see - ''her face is the map of the world.''
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Vontade de passar pela Champs Elyseés e cantarolar oubliè tes erreur et tes peurs, je les efface...com direito a uma boina francesa para retirá-la quando aquele sorriso passar apoiado em colo de bailarina.