Um dedim de prosa

As veis, eu fico oiando pela janela,

Lá fora uns tanto de gente correno,

Uns pra lá, outros pra cá.

Dá vontade de dizê:

Oia, num carece de vivê anssim não.

Mais fico cá bôca fechada,(pra mode num entrá mosca)

Gosto mermo é de ficá, carminha, ouvino músca de viola.

Tem uns cantô cum uma vóiz, que Nosinhora,

Pareci inté anju, uma formosura só...

Entonces, se já tivé cabado com a lida,

Me derramo na rede e fecho os zóios,

Fico lembrano do meu hómi,

Meu cabroco forte e danado de bacana.

Daqui a pouco ele chega, e iantes de espiá as panela

vem abraçá e bejá eu.

Meu bem é anssim, cuida de mim e eu dele, uai.

De tudo o mió é o tar dedim de prosa,

Nóis dois garradim di baixo das cuberta,

Ficamu falando da vida, dos nossos sonhos,

Sempre terminamu a conversa filiz que uns danado só, sô.

Pruquê nóis sempre achemo que temu muita sorte nessa vida,

Afinar nóis se amemos muito.

Para cabá de comprová qui tamu certo, num é qui a lua fica mais bunita?

Ela vai desceno no céu, bêja o chão e o sór nasce num calorão.

Isso qui é um vidão!

Meu bem já tá longe, foi cuidá das criação, da prantação e colher uma mudinha de frô, preu prantá.

Diz ele que eu sou a frô dele, entonces tudo termina anssim,

frô cum frô.

Eu danada de arretada isperanu os bejos e o dedim de prosa do meu amô.

(Estou em fase de dialeto rocês, espero que meus leitores gostem, rsrs, principalmente meu primo Mário Rezende)

Mary Rezende
Enviado por Mary Rezende em 10/07/2008
Reeditado em 10/07/2008
Código do texto: T1074130
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