Tijolinho
Tenho em minhas mãos um tijolinho. É leve e simples.
Três letras gravadas, um significado.
Remete à Virgem mãe de um mundo de gente,
Mãe Aparecida.
A imagem parece falar sozinha,
Olho, não vejo. Não ouço nada.
Não peço socorro, mas imagino seus filhos.
E filhas também aos montes:
Choram, se humilham, rastejam.
Coisas de ignorantes aos meus olhos;
Meu coração pede que eu pare.
Que eu cesse as lamentações sobre os outros.
E assim a Virgem faz acalmar uma tempestade.
Quem me trouxe o tijolinho, a este custou algo.
Talvez um humilhar da alma, não sei.
Um passeio é pouco. Dizem que há feiura.
É feio o entorno da grande construção.
Um misto de idolatria e santidade.
O tijolinho vale mais por uma coisa:
Pela ótica de quem trouxe.
Quem foi, e o porquê.
O tijolinho não é mais tijolinho,
Ou não é mais só um tijolinho.