"Aquarela"

E que linda aquarela se faz com tal felicidade! Que utopia nos inspira mundo pacífico, esperançoso. Ah! Que belo vôo fez a pomba, mas adejou solitária em meio a seis bilhões e meio de almas – Perdidas! Consumidas! Corrompidas!

Dedilhar canção que emane paz aos quatro cantos deste universo, rico em inteligência e tão falido em ideais, ouvir o grito da natureza rouca implorando pela vida!

Quero que a borracha apague este feio desenho que o homem rascunhou, e então, aquarelando, as crianças traçarão riscos, e cognitivamente saberão distinguir o bem, do eterno mal.

Quero ver a tinta vermelha misturada com a branca inspirar um sol ímpio; verdadeiro. Do anonimato, ao céu, permanecer humana, criança!

Desfazer a falência humana creditando Nele a eminente Fé!

Um dia, o que descoloriu e desbotou, há de novamente colorir; mesmo que tais cores sejam reflexos da árdua luta moral e mortal; enfim, que feita vitória nos venha acalantar!

Que em uma folha qualquer, neste meu presente, seja projetado uma humanidade mais justa, mais condescendente, mais espiritual; que seja a concretização de um sonho pré-histórico, medieval, arcaico. Que saia da formalidade e ganhe artérias, sangue, vida!

E que Deus nos perdoe, sempre! Por cometermos erros tão graves, capazes de atingirem àqueles que mais amamos: nossos filhos, futuros donos deste mundo falido!