Almas sombrias

Meu espírito e alma sombria vão ao encontro da alegria, do clarão dilucular, difuso, do amor que sobeja na fantasia, deixando-me febril, surpreso do que sou capaz, confuso, ébrio e mórbido de paixão.

Sem causa o abandono me extasia na tristeza do momento da dor, esmaecida pela cândida poesia, que faço sem temer o desamor.

 

Causa-me frágua a triste alegria do doce olhar de tua alegre tristeza, a qual tende aumentar na melancolia da incerteza do reencontro, com ânsia dissipada, na soturna expectativa da silenciosa e fugaz espera da nostálgica e doce lembrança.

Do casto amor que pensávamos sem-fim, vivenciado com pujança, restou-nos sofrimentos alimentado pela indiferença infame. Hoje as recordações boas alimentam sonhos coloridos. Correndo, na pradaria com os pés descalços, seminus, não imaginávamos cedo, em tão pouco instante, nosso amor acabar e almas ficarem sombrias.