Aos meses de inverno
Imutável condição humana
Dos gélidos confins de seu egoísmo
Tomas posse de tudo...
Mas nem tudo pode ser teu, ignóbil Romeu!
Símbolo e vinculo do tal ser...
Não te enganes jovem senhor! Estes não podes “ter”
São todos os objetos de teu desejo,
Mas nenhum deles tem tal essência, nem de ensejo...
A de objeto, abjeto...
Pelejas contra si mesmo.
Credes ser a maior das turbas, mas ela possui apenas teu grito.
Choroso e ríspido.
Ressentido.
Destróis teus castelos
Sendo que não se encontram neles os tais,
Invisíveis e pesados elos.
A liberdade ama aos que desdenham de paredes.
Constrói e logo as destrói.
Atenta para teus instintos...
Estes sim dão vistas a dona liberdade, em trato sucinto.
Livres altivos como tua face é!
Veja e com esta palavra recupera tua fé!
Não no que tens,
Ou pelo menos achas que teu é...
Mas como teus, ouça-os!
Eles são teu tão esquecido e protelado “EU”
Invernas a si mesmo.
Por achar que tens o que não pode ser teu...
Não pela tua vontade,
mas apenas pela velha e mais cara face do amor, a bondade!
Prima irmã da nossa linda liberdade,
Desconhecida de alguns, e para outros sem face e sem idade!
O tal ser a chama de felicidade!
Como é descabido este senhor Amor!
Ascende a uma linda linhagem,
Descende outra não menos nobre que lhe pede passagem
Dê o que ela pede...
Mas o faça com tem feito nobre Senhor,
De coração aberto, generoso e certo!
E quem sabe não termines no que já outrora foi teu.
Na morada de quem insiste manter o que ama,
Sob grilhão e chama!
E então não venhas, novamente,
a habitar àquele teu conhecido e gélido deserto.