COTIDIANO
Cravei os olhos na página do jornal
Então chorei...
O que lia era algo assustador
Era o leite da mãe parida
Era o olho do homem perdido
Era o fogo misterioso
Era a voz do povo
Era o cheiro de baixo da ponte
Era pó , era bala, era fumaça
Era a vida em desgraça...
Era um altar com vários santos
Era promessa era sobrevivência
Eram os “as”, os “bs”, os “ etcs.”
Eram os negócios, as pestes
Eram as descobertas e as mortes
Piedade! Piedade! Socorro!
Meu assado queimou no forno!