Despida
Beatriz renovou-se.
Agora poderá brincar pelos canteiros
E dançar cantigas de roda,
Vestir-se de fogueiras
E se bastar de pirilampos.
Aquilo que não foi feliz,
A felicidade plantará,
Em jardins de sorrisos
E imensos arrozais.
Os dias de menina,
Amanhecerão outras meninas,
Todas bailarinas
Em danças cordiais.
Despida,
Deixou aquela armadura pesada
No canto triste do bosque,
Entre velas e pardais;
E foi ser essência,
De uma flor perpetuada
Em outras estações.
A vontade de bailar com as andorinhas,
A alegria de rodar no cata-vento,
O sonho de nadar com o peixe boi,
Que fez ela, uma vez mais,
Uma vez mais, olhar pra trás.
E ir, sentindo uma saudade,
Uma tristeza quase igual,
Que a nova paz.