Quando tu não estás
Quando tu não estás, minha arte fica sombria, minha pintura tem cor viva quando tu a observas,
Ela é feita para alegrar teus olhos, não pinto para ti, crio por ti...
Minhas telas estão assim: Umas com pano encobertas, com alguns traços, rascunhos, obras iniciadas, outras inteiramente brancas, como branca é a cor da tua ausência...
Quando tu não estas, a criação é em tons pastel, cinza, sépia... nuances da tua falta,
Busco a tela, os pincéis, as imagens, mas estou em branco, sou a obra inacabada que tu me fizeste ser...
És a constância da minha inspiração, minha obra se avoluma,basta um único olhar teu...
Encontro em ti o caminho para as idéias, a fluência, a verdadeira inspiração,
Pensando em ti crio diariamente, inéditas imagens, matizes de tons renovados,
Quanto mais te penso, mais produzo em ter-te em pensamentos,
És assinatura implícita da minha arte, estás grafado em cada tela, em cada traço, linha, cor...
És a obra mais fluente dos meus dias.
Preciso de tua sensibilidade, do teu olhar, que gera a multiplicação, o aperfeiçoar.
Dependo dos teus conselhos, do sugerir, criaste em mim um confiar.
Então, quando tu não estás... Fecha-se o Atelier, cobrem-se as telas, as tintas...
A arte interrompe a artista, espera...
Espera...
Pelo teu olhar...
Quando tu não estas, os vermelhos, laranjas, azuis, vão-se, consomem-se, esvaem-se...
Escondem-se com o pôr-do-sol, até as borboletas, colibris, voam para outro plano...
Traz de volta minhas cores?
Traz para mim sem falta o sol, e as borboletas?