Apenas Um
Rasga a cortina, a seda se parte em tiras.
Sua mão enorme, os dedos pontiagudos, as unhas cravadas no corte do tecido. Uma traça, uma picada, um rastro de sangue.
Gemido.
Na pele macia o sinal da unhada, a boca colada na fonte, um gosto de ferrugem, um cheiro de nada.
Um sino e uma capela.
Um horizonte, um medo interrogando a sanidade.
Susto e frio.
Um prenúncio de agonia na tela da alvorada.
Um negro. Um branco.
Uma cara pintada.
Rasga a cortina, a vida parada.
A sombra sorri, o músculo dispara.
Tum tum ... Tum tum ... Tum tum