Longínqua

Estranho,

Sou luz que ofusca a placa de seu destino.

Tirano, nem tanto, mas aceito teu desafio!

Poderia correr por mil anos seguindo tuas pegadas, mas percebo que mais inteligente, seria te esperar na outra esquina.

De canto,

Lhe encontraria de cara à minha,

Mais de novessentos e noventa e nove anos, economizaria.

Oh! Dama que vive a, de mim, fugir

Não sabes quão inocente sou perante a ti?

Só quero teu suco, quero-te tão somente

Quero teu beijo que acorda minha mente.

Ou se prefere a maratona, eu, você, o tempo, tão ligados quão desunidos, brigaríamos assim por toda a eternidade.

Nem daria tempo pra saudade.

Brigaríamos sim, nós três: Eu, você e o tempo!

Eu brigaria com o tempo, nem que por um momento

Quanto à você, a briga seria ainda mais sagaz

Eu apenas mostraria, oh dama, como é que se faz.

Corre! Sé é o que quer, corre! Espero-te na próxima esquina, ou no próximo século, talvez. Certo é que lhe encontrarei em qual tempo for, para em teu seio descançar.

Tu que é tão forte, e de mim se esconde

Como se fosse desapercebida, de costas, de fronte...

Saibas que a léguas lhe sentiria aproximar

Corre, se assim prefere. Corre, até eu te encontrar!