EM BANHO-MARIA
Há tardes...que de repente...
conversam com a gente.
E têm voz pungente...já notaram?
Pois então,
cá uma tarde mansa e morna...cai.
Cai devagarzinho, como um manto delicado
que me encobre todos os frios.
Há um sol em banho -maria, tão silencioso
como algum sol de domingo que se foi...
mas que sempre retorna para eu poetar!
Aquece o invisível...mas necessário.
Um sol no ponto...como o meu coração.
Nem mais quente...nem mais frio.
Logo mais,
Parto para um destino...
Que dizem ser o paraíso.
E eu ...sempre a acreditar
Que levarei meus pôr-de -sóis
para um canto distante do mapa
Para que-de mim-eu jamais me perca.
Sempre me é difícil...ir...
E qual neste final de tarde
lá estarei a me banhar
no retorno dos versos esvaecidos
num tempo que jamais esfria.
- Um banho de versos, MARIA!