"(re) viver"
Ontem, no calor de seu corpo e no fervoroso toque de seus lábios, entreguei-me.
Foi uma entrega lenta, apaixonante e sôfrega: havia anos que eu o esperava. A minha espera o fez pássaro, e num vôo livre, liberto de mim se fez pícaro.
Ainda no olhar reluzente, paixão ardente transfigurava, e em minhas mãos a tão esperada revoada: e circundei-te entre meus desejos.
Altiva é esta minha paixão por ti, senhor do tempo e da razão. Aquece-me as lembranças com seus ávidos beijos, e estende-me ao horizonte a mais clemente declaração:
“Nem o tempo foi capaz de deixá-la esquecida, lembro-me de ti; minha pequena, ainda que menina; chorando no portão à minha partida”.
Após quinze anos de distância; as lembranças foram materializadas, e confesso estar adolescendo novamente, e desejo que este sentimentozinho não seja definhado, nem tão pouco ignorado!
Não o amo, você bem sabe que jamais diria tal expressão; mais sinto – como uma virgem sentiria – a mágica sensação de tê-lo pela primeira vez.