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DIÁRIO DE UM DIA TRISTE

Se o tempo pudesse passar mais depressa, hoje, eu me dependuraria nos ponteiros do relógio e os faria rodar meses à frente, porque chove forte dentro de mim. Minhas mãos geladas e minha cabeça quente estão em guerra. Minha alma habita um vazio desesperador. Tenho carências, tenho saudades, tenho medo. Tenho estrada deserta à minha frente. Estou sem freio. Estou cansada. Estou perdida numa estrada que não sei onde vai dar. Perdi o trem. Perdi a hora. Perdi-me de mim mesma. No meu peito desfeito, tem um tambor tocando uma dor. Tem sentimento de tristeza. Tem moleza. Tem vontade de sair correndo. Tem pensamento intruso. Tem sentimentos confusos. Tem lágrimas rolando no rosto. Tem coisas para acostumar. Tem coisas para esquecer.Não tem poemas nas veias e minha alma emaranhou-se em teias só pra fugir de mim. Na cabeça, as palavras estão cruzadas. No peito, a sensação de ser e estar demais. Nos meus poros, a agitação interna transpira. O telefone toca e eu não tenho vontade de atender.  Um alô. Um como vai você, o que você está fazendo. Eu ligada no automático, sem conseguir mudar de canal. Hoje, estou mal, faz frio dentro e fora de mim. Hoje estou triste. Hoje eu não sou eu.  Que sufoco!.