MEU ÚLTIMO GRITO
Versos soltos aos ventos do Bonja
Oh ardente mulher, mulher minha que amo, vaso sagrado onde outrora foram vividos lindos sonhos.
O meu amor por ti é terno e puro, é o mais revolto e enternecido, é o mais ébrio e simples.
Oh mulher minha, tu cabes em minhas mãos, tu cabes em meus desejos ocultos e obstinados.
Eu te sinto tão minha e percebo que tu também sentes o mesmo, e assim, eu imagino que tu me escondes em teu meigo olhar.
Sinto a necessidade de jazer na cruz santa dos teus brancos braços, pois ser envolvido pelo teu corpo abrasado e puro, isso seria uma delícia dos deuses.
Por que ó mulher de não juntarmos os nossos pressentimentos, a fim de que possamos transformá-lo numa realidade feita de sonhos?
Tu és relva macia e fresca, mulher amadurecida e linda, e assim, eu te levaria em minhas mãos como se fosse uma cesta de amoras silvestres.
O tempo, mulher minha que amo, inexiste - e tu bem sabes que o amor a tudo transcende, por isso vem ó mulher, olvide as convenções, os caprichos e os compromissos, por favor, deixa transitar em ti esse amor que navega em tua direção.
Estou compactado a ti, assim como a argila ao solo, os plânctons ao mar e o perfume a sua flor.
Sempre tenho te enviado o meu grito através de dispersas mensagens, que se comportaram como relâmpagos rebeldes, todavia rogo para que não tenham se perdido no infinito.
Ouve mulher essa minha canção desesperada, sai dessa quietude e da tua indiferença que me assombra. Vamos viver a canção do amor, por favor, deixa desabrochar o que tens no coração.
Esta canção desesperada é para ti, e eu sei que tu sabes então a viva, e diga que ainda me quer – pois este será o meu último grito.
Este último verso será o meu código mais do que secreto, ele esconde os mistérios que fazem te amar – e o que acabo de escrever é uma canção imorredoura, para saberes que, um dia, alguém te amou em silêncio e à distância.