A morena está dando pancada!

Todo mundo conhece a história da bela morena, bonita de dar pena, que se exibe aqui e ali. Ela some de repente, foge de todos deixando agonia na gente. Desta vez a linda pequena inventou uma nova: mostrando que não é nada burra, disto deu uma prova. Calma, eu explico, gente. Virou moda, é mania, fazer da gurizada contente um fato que é soda, pegam os bichinhos indefesos e botam eles na roda. Pois surge a morena sestrosa, que está com tudo e é muito prosa, decidida a ser fada madrinha dos infantes que têm sofrido como nunca penaram antes. Com ela não se brinca não, todos sabem que mais cedo, mais tarde, mesmo o mais valente acaba virando covarde. Um casal que pensava ser o rebento objeto de pancada feia, este casal nojento foi pela morena atacado. Pensou a bela pequena, bonita de dar pena, nesta situação dar um basta. Sendo mulher decidida, o povo ruim se afasta; conhece a fama da morena, bonita de dar pena, na arte de bater em gente fedida que acha criança nefasta. Madrinha assim é difícil, é escultural a morena, tem lindo corpo a pequena e um belo rosto talhado. Seu exército é possante, tudo homem vidrado e disposto a fazer qualquer sacrifício pela mulher encantada. Isto virou um vício, e até mesmo um ofício, ofertar à morena deslumbrada, algum favor que agrade. Juntaram-se todos e ficou decidido, que mulher tendo parido, da cria deveria cuidar, pena de muito se danar. Idéia da morena, cheia de fãs a pequena, que dela não queriam largar. A cidade ficou contente, veja a causa minha gente: que maltratasse criança seria logo capado. Castigo pra mulher eu não conto, é difícil ser narrado. Foi assim que naquela cidade, onde impera a morena, bonita de dar pena, criança de qualquer idade não sofre mais crueldade. Com isso a bela morena agora é venerada e por todo povo é amada. Rainha ela sempre foi, mas por causa da sua beleza, tanto na cama como na mesa. Conspirou o Universo que a morena fosse agora cantada e pra ela fiz este verso.

Jorge Cortás Sader Filho
Enviado por Jorge Cortás Sader Filho em 23/06/2008
Reeditado em 23/06/2008
Código do texto: T1048309
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