Na floresta
Não sou mais um executivo,
pelo menos por enquanto.
Adeus hotéis cinco estrelas
e outras mordomias,
às vezes merecidas.
Mas agora em compensação,
posso virar lobisomem nas noites de lua cheia
Uivar, uivar desde os chapadões do Morumbi,
dos cerrados sob o céu estrelado
até os montes Urais cobertos de neve,
Vagar pelos campos escuros onde o universo
se expande.
O que me importa se meus pelos estão grisalhos
se as corsas também envelhecem.
Quando a saudade de kotler e Drucker apertar,
leio " Em busca do tempo perdido" até me arderem os olhos.
Oh! lua tão antiga e sempre nova a cada dia,
esta noite brilha como nunca e me enche de poesia.
Oh! Caçadores de cabeças arrumem-me um emprego onde
eu possa ser eu mesmo e sonhar.
Prometo transformar ferro em ouro, multiplicar os pães.
Não sabem eles por acaso que a criatividade
é uma criança travessa que brinca no mundo dos sonhos
e odeia gente carrancuda.
Para inovar é preciso brincar, se surpreender como as crianças e
passear na floresta onde moram as fadas,
onde nascem as lendas.