A tua pupila
Sabes o que me encantou em ti?
A tua pupila!
Olhei-te tão fundo
e a encontrei lá:
Discreta, singela,
refletindo a mim...
E logo que vi-me ali
no fundo dos teus olhos
pensei que no fundo
terias algo igual para comigo,
tal qual a minha imagem reluzida.
Então, decidi ter-te como amigo
e depois de um tempo,
vieram algumas contradições bater à porta
e cada uma que batia,
fazia-me olhar em tua pupila
e ainda estava lá, jamais fugira,
a mesma imagem,
a mesma antiga...
Por conta disto alimentava-me a idéia de ter-te
moldado como eu sou.
Logo após mais um tempo,
um longo tempo,
as contradições engrandeceram-se,
tornaram-se monstruosas para mim.
Assustei-me e me perguntei o que fazer,
todos os sentimentos que estavam em meu peito
entraram em consenso:
Decidi fechar os olhos,
não procurar mais somente nossas semelhanças
e encantar-me por tudo que és,
não somente por tua pupila.