A tua pupila

Sabes o que me encantou em ti?

A tua pupila!

Olhei-te tão fundo

e a encontrei lá:

Discreta, singela,

refletindo a mim...

E logo que vi-me ali

no fundo dos teus olhos

pensei que no fundo

terias algo igual para comigo,

tal qual a minha imagem reluzida.

Então, decidi ter-te como amigo

e depois de um tempo,

vieram algumas contradições bater à porta

e cada uma que batia,

fazia-me olhar em tua pupila

e ainda estava lá, jamais fugira,

a mesma imagem,

a mesma antiga...

Por conta disto alimentava-me a idéia de ter-te

moldado como eu sou.

Logo após mais um tempo,

um longo tempo,

as contradições engrandeceram-se,

tornaram-se monstruosas para mim.

Assustei-me e me perguntei o que fazer,

todos os sentimentos que estavam em meu peito

entraram em consenso:

Decidi fechar os olhos,

não procurar mais somente nossas semelhanças

e encantar-me por tudo que és,

não somente por tua pupila.

Camila Trideli
Enviado por Camila Trideli em 16/06/2008
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