ODE ECOLÓGICA

Por que tu não tentas

balouçar ao vento,

nessa acinética

aridez dos teus braços?

Procuras as águas de março,

Já no inverno a se aproximar?

Vede!- aqui eu te faço uma ode

Ao teu frondoso porte!

O outono te levou as folhas,

Mas sinto que ainda trazes no peito

a força que impulsiona o desejo...

de todas as estações!

Deveras és gigante entre todas,

e embora não sejas tão nova

bravamente ramificas a tua copa

com o viço das gerações....

E por ora assim calada

Pensativa e tão opaca,

-Protege-te do frio!

Nada deterá a neve

depois que bem de leve

gelar o teu coração.

E se te tornares gravetos

Incendeias também os desejos

nas chamas das vãs ilusões.

E se acaso assoalho...

-recebe sempre o orvalho

Da noite a te acarinhar...!

Mas no seio da alvorada,

-Acolhe os pardais e as garças,

Bem -te- vis a te gorjear!,

Em mimetismo da minh'alma

Que junto a ti está calma

aqui quero só te lembrar:

Jamais esquecerei teu nome,

Posto que és madeira nobre...

CARVALHO...sempre a reinar...

Um dia passando por ela...