De todo o amor
De todo o amor vivido
Não há como medir
Há um festival de emoções
Em meio a precárias percepções
Houve amor de todos os dias
Amor de um só dia
Amor que durou um ano
Amor que nunca foi
Com todo amor houve
Mãos dadas, rosto colado
E um dançar agarrado
Houve o que por instantes se entrelaçou
E num só corpo se transformou
Houve, me lembro bem
Numa tarde quente de outono
Os olhos dela e o meu olhar
Um só coração
De todo o amor que já vivi
Vendo as estrelas ou tomando sorvete
Partilhando o sal e o açúcar, `
Às vezes sentimos receio
Às vezes foi um belo exagero,
Quanto amor a gente sente
Em todo o amor as circunstâncias
De correr atrás do que já estava bem presente
Pois de todo amor que apreendi,
Houve instância que não vi
Uns partiram, já esqueci
Outros ainda estão por aqui
Tem momentos que a gente se atrapalha
Quer dizer eu te amo e acaba proferindo
Eu me exclamo
Quando isso acontece, de cuidados
O amor carece, pois muita exclamação
De ambas as partes, ou qualquer parte
Pode partir o coração
Por aqui me despeço
Pois sendo a soma de todo amor até agora
Vejo no futuro menos erros que no passado
Vejo no presente o fruto do aprendizado
Se a vida vale à pena
A medida do amor é um grande poema