EU QUERIA, MESMO, ERA SER POETA! (6)

EU QUERIA, MESMO, ERA SER POETA! (6)

01- A roda da vida é um gigante a rolar. Na frente, alguém a quem

se olha sem poder alcançar. Atrás, outro alguém a quem não se conhece o nome nem as feições.

Um amor nada mais é do que quem vai à frente ou vem logo atrás. É a vida, é a roda gigante de quem espera e não espera, de quem amou e novamente irá amar... Um parque de diversões onde os homens brincam de criança...

02- “Quisera ter os olhos de bronze e a alma de pedra...”.

“Quisera poder fazer de mim o muro alto que separa os desejos daquilo que os olhos vêem...”.

Quisera ter a fortaleza sem dimensões do esquecimento para poder não sentir pena quando te vejo arrependida.

03- As terras são distantes... O pensamento alonga-se na distância sem pressa, sem correr, como quem sabe chegar... Nessas terras distantes as flores já vieram falar de amor... Nessas terras distantes parece que o amor existe, pois as flores vieram enfeitar os caminhos dos namorados...

04- Porque o tempo era jovem... Porque o jardim lhe oferecia os mais diversos tipos de flores, o poeta foi colhendo uma a uma, com desdém colhendo.

Escolhendo sem sentir perfumes verdadeiros, sem reconhecer as verdadeiras flores do bem. Por isso colheu uma flor que o fez sofrer e cujas pétalas ferem as vistas, os dedos e a alma...

05- O ar, apenas, como distância. A distância real, no entanto, estará dentro de nós, meninos que somos, eternamente crianças, sentindo o mundo cansado... Sentindo a vida despertar em cada célula no calor do teu carinho, ainda "sou menino passarinho com vontade de voar" tendo, apenas, o ar como distância e você bem dentro de mim.

DONATO RAMOS
Enviado por DONATO RAMOS em 13/06/2008
Código do texto: T1031957