DESPIR-ME DE MIM
Era interessante ver como as coisas que me destacam me destratam ao me ver
despir-me em rimas e encarar os versos me despertam a curiosidade em querer reconhecer
Acendendo uma vela, uma prece me conduz a olho nu a uma nova expectativa
querendo em mim uma trégua de um acordo temido em doses homeopáticas
Interessante Era, um tempo que me despreza e me quer ao seu lado por vaidade
Vestir-me de mundo, me tornando mudo, escutando somente meus pensamentos
sentimentos inquietos e dispersos, tratados mal pagos e conformados
Eis que tenho aqui em minhas mãos a idéia inesperada e o assovio transtornado
A medida exata da renovação inválida
Possuo em minhas pequenas e trêmulas mãos o seu desejo, o meu por fim
aos poucos te conheço, me reconheço e a graça de me mostrar já não ri mais de mim
Era interessante, confesso, sendo assim te perdôo, ver em mim sua prisão
apago um desejo, acendo um cigarro e me vou na contramão
Sincero, eu espero, te bebo e te sinto como um dos sentidos escolhido a seu critério
Me entrego a desilusão, suspiro entediado e agradeço pelo generoso não.