EU QUERIA, MESMO, ERA SER POETA! (3)

EU QUERIA MESMO, ERA SER POETA! (3)

DONATO RAMOS

01- Na varanda, “uma estrela dormindo...” (ou sorrindo?)...

Ela se esqueceu de ir embora, quando a noite acabou.

Ninguém saberia dizer de onde ela veio, de qual mundo e porque veio dormir na varanda. Depois que a seresta terminou, dormiu a estrela.

Convide-a, também, para seguir conosco, pelos caminhos da saudade...

02- Pelo tesouro meigo de um sorriso ou de uma lembrança, recordemos o tempo bom das noites bem dormidas, dos sonhos e pesadelos até, da vida mais vivida. Pelo tesouro que representa o silêncio de quem recorda, ao som divino da valsa, aquietemo-nos, sem fazer qualquer barulho, para a lembrança ser melhor e menos dorida...

03- Ainda é tempo de seresta... os melhores momentos não morrem jamais!

Reabra uma janela na sua alma, coloque ali, de camisola ou não, o corpo que você quiser... Dê à noite que você criar, o tom que quiser, para combinar com o seu estado de espírito... Faça o quem bem entender, porque ainda é tempo de seresta. Cante... Sonhe... Ninguém proíbe que você seja feliz outra vez!

04- “Façamos uma prece submissa”,antes que os caprichos do destino não nos deixem mais nem sonhar...

Somos igrejas muito velhas, fechadas, desfeitas no tempo, onde as rezas desapareceram.

Os caprichos do destino desfizeram as cenas do rosário... “Faça uma prece submissa”, esqueça-se das coisas que machucaram...

05-Chorei. Choramos. Parti. Partimos.

O que nos restou para lembrar, além das nossas lágrimas? Nada.

Chorei. Choramos. Parti. Partimos.

Ficou, apenas, a pauta musical que não partirá, porque será eterna.

Sobrou a estrada, por onde fomos.

DONATO RAMOS
Enviado por DONATO RAMOS em 12/06/2008
Código do texto: T1030292