Flutuante palavrista
No pincelar de cada letra
me surpreendo, me encanto,
me emociono.
E de repente, uma lágrima brota
dos meus grandes olhos.
Tristeza?
Oh não!não pense você que há
tristeza nas lágrimas que caem.
Este doce néctar que sae de minha
alma, apenas traduz
de uma forma sutil e silenciosa
a graça que é para mim escrever
e amar.
Primeiramente, amar as palavras,
que seria de mim sem elas?
E depois o fascínio que é
toda vez que me saboreio e
me arregimento delas ,
desse instrumento tão eficaz,
para tentar exaustivamente,
mas de forma inútil,
significar esse sentimento
ou palavra que chamam
amor.
E como se completam:
o amor à palavra, e a palavra ao amor!
Afinal, de qual argumento
iriam os poetas se apoderar
para alcançar a tão essencial
inspiração?
E com qual meio melhor e mais
prazeroso poderíamos
desdobrar esse emaranhado de
emoções que gestam o amor?
Por fim, é assim
que prefiro seguir.
Apenas conheço o amor através
das palavras que me ofuscaram
as vistas, penetram-me os ouvidos,
-Repetia cada verso sem descanso!
e de súbito, me arrebataram a alma,
desraigando o melhor do meu ser.
E comecei a traduzir
o que , apenas com palavras
conheci,e o que,
apenas com palavras vivo.
E elas, as palavras,
-Acreditem em mim!
por si só, se bastam.