O RISO E A DOR

Se os meus textos são instigantes – conforme vós seguidamente o dizeis – pressinto que só um coração mavioso pode percebê-los naquilo em que não é somente feição estética: base, batom, ruge, corretor de rugas sobre os sulcos do tempo... A alegria é sempre um poema, mesmo que ainda não escrito em códigos verbais. Mas o sofrimento – o que reluz a dor – é a raiz profunda da poesia, aquela que já nasce lacrimejando de pena dos que ainda haverão de chorar por e com ela.

– Do livro CONFESSIONÁRIO – Diálogos entre Prosa e Poesia. Porto Alegre: Alcance, 2008, p. 287.

http://recantodasletras.uol.com.br/prosapoetica/1027959