Amarguras de Um Solitário
Sou flagelado pelas emoções
Pelas desilusões de ontem e de hoje
Estou fatigado não pelo desejo de amar
Mas sim pela solidão imensa
Que me recobre ardentemente.
Assim são meus dias fugazes
Pelas ações não-cometidas
Pelos sonhos não-lutados em mim
Estou cansado das minhas noites
Algozes nas noites sublimes.
Sou desse jeito perdido em mim mesmo
Pelas cadencias não-ditas
Pelos sorrisos não-correspondidos
Estou faminto pelo encanto pueril
Dos fantasmas de minha infância.
Andei muito desolado
Pelas saudades que esvaziam
E preenchem-me de dor
É um frio sepulcral que não passa
É um ser novo que nasce:
São meus desencantos e insônias em viver!
Em outras manhãs que não passam
Acordo estonteado de remorsos
De sentimentos que não cessam
Não param de me martirizar e afugentar
São tormentos criados pelo impulso.
Sou um andarilho desumanizado
Prestes a esconder-me no precipício mais fundo
Que são minhas razões não-refletidas
São as resignações pelo teu toque
Pelas migalhas de amor que não - ofereces.
Estou louco pelo fato que ainda não existe
Apenas o decifro dentro de mim
E não faço escolhas só sinto tormentas de ânsias
Que me perseguem e me aprisionam
Que me olham e me condenam sem clemência.
São tuas descrenças que me aborrecem
É um desassossego que não passa
Que me maltrata e que me seduz
Mas que carece de um anseio sensato
Pois me criam feridas incuráveis e nem percebo.
As dores que estão em minha alma
Resvala um perfume especial
Que me castiga no silêncio de meus atos
Mais ganidos de paixão a flor da vida
Que destroem as minhas derradeiras expectativas.
Por ti tenho chorado em pesadelos
Em cada vão instante que instiga a falar contigo
Os meus olhos estão paralíticos
Porque te vêem e te querem em apenas um lapso:
De ternura que não se acaba, de saudade e afeto.