M O M E N T O S
Há momentos em nossas vidas que classificamos de “mágicos”.
São aqueles momentos que não podemos ou não queremos mais vivenciar, mas, que nos traz uma ponta de saudade, uma ponta de nostalgia e, que, quando nos pegamos a neles pensar, exclamamos em êxtase: “Ah! Como foi bom!”.
Exclamação que deixa também uma duvida: Será que seria bom hoje?
Momentos mágicos, ou impares, sem igual, inesquecíveis. Momentos em que sentimentos afloram. Momentos em que as simples trocas de olhares diziam: “To te querendo”, olhares pavios, onde o simples toque dos dedos, das mãos, eram como faíscas incendiárias... Pronto, o cenário para o momento mágico estava concluído. Ou ainda, a voz ao telefone dizendo: “Oi! Como vai?”, soava como canção cantada direta ao coração.
E os lugares que serviram de palco para esses momentos? Lugares que ao passarmos por eles torna-se inevitável o pensar na magia do que lá aconteceu...
E “... a vida é um palco, onde os atores somos todos nós...”, dizia Elvis...
Vejo-me então nesse palco da vida... E ao relembrar momentos vividos sinto saudade, sinto nostalgia e, vou relembrando com calma, sem me esquecer de detalhes, extasiado, como a dizer: “Ah! Está sendo bom!”.
Momento um: O primeiro cálice de seu beijo eu o tomei na sala, bem devagarzinho, sentindo todo o sabor como que antevendo o nascimento de um grande amor: Eu, ajoelhado a seus pés, e você se inclinando me disse, exibindo seu lindo sorriso: “Lindo!”.
Momento dois: Um espaço pequeno e a água caia “molhando” nosso suor, misturando-se a ele e misturando-se a nós, lavando tudo, menos o nosso desejo que não tinha fim... Hoje esse espaço quando nele entro, me é grande demais sem a sua presença... É ruim demais esticar os braços e não ter você para tocar.
Momento três: Recosto-me na pia com o olhar na talha d’água e vejo-a ainda exuberante com o corpo brilhante... Três passos de cada um e mais uma vez nos entrelaçamos, recomeçamos o ato que mais gostávamos, que mais sabíamos... O de amar. Meus passos hoje caminham para o vazio, caminham para o nada.
Momento quatro: Ao lado da churrasqueira um preparava algo e à distância, outro conversava coisas banais... Ao som de uma melodia, os olhares se cruzavam, nada diziam, mas o brilho deles faiscavam como a dizer: Te amo... Eu também... Quero-te... Eu também... Sou teu... Sou tua... É minha cara, como dizia a Rita: “Fazíamos amor por telepatia”.
Momento cinco: sua voz, como disse acima, ao telefone dizendo: “Oi! Como vai?”, soava como canção cantada direta ao meu coração. E suspirando ainda dizíamos: “Ah se fosse apenas meia hora!”. Mas saiba que até hoje, ao ouvir sua voz, meu coração sorri feliz.
Momento seis: Quem ama de verdade não gosta de perder tempo. O Roberto ainda pediu o café da manhã e mais tarde o jantar. Nós... Nós não. Para que? Um era o alimento do outro. O olhar no olhar, a pele na pele, o abraço, o carinho, o tudo que para nós não era nada. As palavras. O gostar, o amar, de estar junto. Hoje a distância é grande demais, mas, como disse o poeta: “Se eu pudesse estar onde você está, eu voaria até você, mesmo sem ter asas para voar”.
Quantos outros momentos poderia aqui descrever, mas hoje, só um momento me é real. Você não está aqui para recordarmos juntos cada gota cristalina, orvalhada, que brotou em nosso coração. Pena. Um só a contar, a relembrar em forma de poesia, não fará o mundo acreditar nesse nosso lindo amor.
É isso. É esse momento que mais recordo: Você linda como sempre, no sorriso de menina mulher a me dizer: Lindo!
Linda é você que me amou sem nada pedir em troca e me fez feliz, muito feliz.