Hoje a prosa ficou triste!

Vou precisar mais do que palavras, hoje. Vou precisar de sorrisos alheios aos meus... De um toque de brisa... Caminhar em direção ao mar...
Hoje, fui atingida... Por um vento cruel, daqueles que fazem os meus joelhos encostarem-se ao queixo...
Todo o infinito é pequeno demais... Um nó na garganta... As lágrimas que rolam soltas...
Toda vez que eu escrevo uma poesia, eu tento expressar o que o meu peito diz... Não planejo nada... As palavras saem em disparada... Galopes de um potro... Galope de um repente...
Quase sempre estou sorrindo... Às vezes as gargalhadas... Um sorrisinho no canto da boca, quase a pular atrás das palavras... Ora um sorriso dengoso, feito menina que se delicia... Dificilmente, um humor negro, mas às vezes acontece...
Cato sorrisos, desde que me conheço por gente... Brinco com a molecada... Converso com a bicharada... Fico procurando risos nos amigos... Sempre dizendo, entre os dentes, alguma palhaçada...
Tenho algumas ordens, que são o meu tatame, nessa vida... Cuidar dos outros com carinho... Amar, apenas se for verdade... Mentir nunca, nem por caridade... Dar a outra face, sentindo-me ofendida... Aprendi assim, comigo, não com exemplos... A nunca bater nos filhos, eles não são a minha desculpa esfarrapada, das frustrações, que por ventura, eu sofra.
Aprendi a falar baixo,... Quero que o outro me ouça por vontade, não por imposição... A ser sempre cordial, engolir sapos é obrigação! Depois o outro vai refletir com a sua própria consciência...
A não julgar, com antecedência... É ainda, a parte mais difícil pra mim... Tenho e prefiro esperar um pouco, olhar com atenção... Olhar nos olhos e perceber, antes de tomar a vida do  outro em minhas mãos...
Escorpiana desconfiada... Cuidei-me muito... Pra não abrir muito a guarda...
Quando pequena, eu imaginava-me heroína dos quadrinhos... 'Poderosa Isis'... 'Mulher-maravilha'... Acho que guardei um pouco disso aqui dentro... Uniforme egípcio, em meu corpo... Girar o sol, pra ficar tonta... Laçar a vida num salto ...Ou pular corda com as crianças... E, não esquecer de ligar o  campo protetor invisível, que me impeça de ser atingida...
Imaginação!...
Hoje, a prosa ficou triste... Acho que o campo invisível foi atingido... Quebraram meu avião... O laço está enrolado... Faltou-me, nos pulsos, a proteção... Será preciso mais do que palavras, mais do que desejos... Preciso caminhar na praia, preciso dos teus braços virando laços... Do contato com teu coração e, se não for pedir muito... Do gosto amargo do chimarrão...










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