Vítima passiva de uma aranha imperialista.
Sinto que sou apenas mais uma presa desta enorme teia de aranha
e cada vez que tento soltar-me, fico mais sujeita a ser devorada.
Estou tentando não entender este papel que me foi concedido, estou tentando não profanar o nome do roterista divino, estou tentando acreditar em meu ceticismo espiritual, estou tentando ignorar as vozes que habitam em meu calabouço.
Enquanto estou tentando a aranha devora parte por parte do que sou e estranhamente não sinto a menor falta desta alguma coisa que me foi tomada.
Sei que ela está levando aos poucos aquilo que já fui um dia. Só lamento
por não lembrar quem era aquela garota que apostava sua felicidade no encontro de um grande amor. Só lamento por ter deixado a aranha devorar todas as minhas identidades.
Lisa Alves