"LAMENTO DOS ASTROS"

- Quem és tu?! Para tratar-me com frieza, eu que sou o astro Rei!
- Quem é tu?! Para falar-me com autoridade! Sabes que sou a musa dos enamorados! A inspiração dos poetas, o conforto dos apaixonados!
- Então porque me tratas com frieza?! Quando estou não estás!
- Não é verdade! Porque quando estás que eu estou... Tenta ofuscar o meu brilho!
- Sabes que não é verdade... Não posso ficar escondido o tempo todo, em algum período eu tenho que aparecer; façamos uma trégua... Proclamemos a paz! Pois sabes que é a Rainha da noite... E eu sou o Rei do dia...
Conversavam o sol e a lua:
Quando de repente surge as nuvens; que sorrateiramente foi se interpondo entre os dois, e para se dar bem, o sol quis colocar a culpa toda nela, dizendo que a culpa era dela, pois passava boa parte do tempo interferindo entre eles e a terra; mas eis que chega o vento, e também foi culpado e acusado de soprar as nuvens para longe, e para se defender por sua vez culpou a montanha, que não o deixava voar baixo; mas a montanha se defendeu dizendo que tinha que ser soberana; pois tinha que deter as águas, e dividir águas e águas, para que os rios também seguissem o seu curso normal, sem ter as suas águas salgadas quanto as do mar.
Mas no meio de tanta confusão, chega o trovão; que com sua voz forte e poderosa, conseguiu acalmar os ânimos, e colocou ordem nos astros; dizendo que.
- Todos tem a sua função, e que todos tem que conviver um com o outro, aceitando o outro como o outro é; e disse ainda mais.
- Deus os fez assim, e assim os serão, para todos os séculos e séculos.